Dr. Claúdio Rendeiro recebendo a Epateca de Francinete Martins
Dr. Claúdio Rendeiro e Francinete Martins
O Dr. Cláudio Henrique Lopes Rendeiro nasceu no dia 20 de junho de 1965, em São Caetano de Odivelas. Dedicou 26 anos de sua vida à magistratura paraense. Com uma postura diferenciada e sensível aos grupos sociais mais vulneráveis, criou uma comunicação acessível, sobretudo, com a população paraense, auxiliando em um melhor entendimento sobre os seus direitos e deveres. Criou e interpretou o personagem Epaminondas Gustavo.
Epaminondas era um ribeirinho da cidade de Cametá, que representava o caboclo do Pará com sua linguagem, seus modos e suas roupas. Guardava os documentos dentro de um saco plástico e levava, com ele, um pato, ave muito consumida na gastronomia do estado. A inspiração veio do pai e de um tio de Cláudio Rendeiro. O personagem surgiu quando, em uma encenação teatral, o juiz explicou, de forma simples, os diferentes tipos de penalidades em casos de prisão, associando o humor à ação judicante.
Seu viés humorístico foi revelado com a divulgação de alguns áudios engraçados feitos pelo magistrado que começaram a circular nas mídias sociais.
Durante 14 anos, o juiz atuou na área penal, sendo o primeiro coordenador estadual do programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça. Em 2007, ele criou e esteve à frente do projeto "Dó Ré Mi Faz Melhor", voltado para os internos e internas do sistema penitenciário do Pará. Em 2008, o projeto passou a ser realizado no Centro de Recuperação Feminino. No final da carreira, Rendeiro era titular da 4ª Vara do Tribunal de Júri de Belém. Entre 2013 e 2021, realizou atividades na Web Rádio Jus, com o programa “Escuta, mano, o meu recado”.
O Dr. Cláudio Rendeiro faleceu no dia 18 de janeiro de 2021, aos 55 anos, deixando um legado de bons serviços e muita saudade. Em dezembro de 2022, Francinete Martins, amiga do Dr. Cláudio, doou ao Museu Judicial do TJPA, sua “Epateca”, que reúne vários áudios de humor, dentre outros, produzido pelo magistrado. Dos 1504 áudios catalogados, nem tudo é humor propriamente dito, mas reúne ainda falas registradas em grupos de WhatsApp, em conversas paralelas, e que tem uma relevância imensa, considerando sua opinião e visão sobre diversos assuntos. Francinete Martins também transcreveu os áudios de humor para o livro “Sátiras de um ribeirinho”, publicado em 2018, de autoria do Dr. Claudio Rendeiro.
Então, “meu mano e minha mana”, escutem os áudios do Epaminondas e se segure para não chorar de tanto rir!