Crime ocorreu na frente da passagem onde os parentes moravam
Jurados do 2º Tribunal do Júri de Belém, presidido pelo juiz Homero Lamarão Neto, condenaram nesta quinta-feira, 24, por maioria de votos, Marcelo de Jesus Serafim, 30 anos, acusado de atentar contra a vida de Rodrigo Nascimento Serafim, 34. A pena foi fixada em onze anos e oito meses de reclusão, em regime fechado.
A decisão acolheu a acusação do promotor do júri, Edson Augusto Souza, que se manifestou pela condenação do réu em razão das provas testemunhais e dos depoimentos da vítima e de sua mãe.
Na defesa atuou o defensor público Alex Mota Noronha, que sustentou a tese de desclassificação de tentativa de homicídio para lesão corporal, argumentando que houve, por parte do acusado, desistência voluntária. O advogado argumentou que o réu, que morava na mesma propriedade da vítima, era o parente “problemático”, rejeitado pelos familiares.
Durante a sessão do júri, foi ouvida a mãe da vítima, tia do acusado. Ela confirmou que o réu vivia ameaçando de morte seu filho e que a passagem onde moravam era no mesmo terreno de propriedade familiar. A depoente disse que a família chegou a registrar boletins na polícia. Respondendo ao processo em liberdade, o réu optou por não comparecer ao júri. Ouvida remotamente, a vítima confirmou a acusação em desfavor do parente.
Em sua autodefesa na fase de instrução do processo, o réu alegou que o parente, armado com uma perna manca, o ameaçou. Ele, então, com uma pequena faca, o golpeou, se defendendo do ataque do primo.
Denúncia – O atentado ocorreu por volta das 14 horas do dia 7 de julho de 2022, em via pública, na entrada do terreno onde estão as casas da vítima e acusado, localizado na passagem Gaspar Dutra, bairro Curió-Utinga, em Belém. Ao chegar em casa, a vítima foi surpreendida pelo sobrinho, que lhe desferiu um golpe de faca na região toráxica.
Consta nos depoimentos das testemunhas que o réu, sob efeito de drogas, costumava se masturbar na vista de crianças e mulheres da família, o que resultou em sua prisão por importunação sexual. A vítima alegou que recebeu ameaças constantes do réu, sem revidar.
No dia do atentado, após deixar a filha na escola e voltar para casa, Rodrigo foi surpreendido com o golpe de faca no peito desferido por Marcelo. Após o crime, o acusado fugiu, enquanto a vítima foi socorrida por familiares, que o levaram para um hospital de emergência. Após cirurgia, ele conseguiu sobreviver.