Decisão acolheu entendimento do Ministério Público de que não havia provas suficientes da participação do acusado no crime
Por maioria de votos, o 3º Tribunal do Júri de Belém absolveu Igor Braga Monteiro, de 27 anos, da acusação de participação no homicídio de Adenildo Madeira, de 38 anos. A sessão foi presidida pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima. A vítima teria sido assassinada após supostamente assediar uma das irmãs do acusado.
A decisão do Conselho de Sentença acolheu o entendimento do promotor de Justiça Manoel Victor Murrieta e Tavares, que sustentou a insuficiência de provas quanto à participação de Igor no crime. As irmãs do acusado, que supostamente seriam o pivô do caso, não compareceram para depor.
Na defesa do réu atuaram os advogados George de Alencar Furtado e Danilo Sousa Silva, juntamente com a advogada Thamyres Mendes Siqueira. Eles ratificaram a tese do Ministério Público de que não havia provas que sustentassem a responsabilidade criminal do acusado.
Durante interrogatório prestado de forma remota, Igor negou ter ajudado o pai na execução do crime. Ele afirmou que, ao prestar depoimento à polícia, confessou participação apenas para tentar livrar o pai da prisão, pois ele era o único provedor da família. Segundo o réu, sua mãe é analfabeta e suas irmãs são menores de 15 anos.
Em outubro de 2024, o pai de Igor, Reginaldo Braga Monteiro, de 57 anos, foi condenado a 16 anos de reclusão pelo homicídio do vigilante Adenildo Madeira, que à época tinha 37 anos. A motivação do crime teria sido o fato de a vítima ter pernoitado com uma das filhas de Reginaldo, com quem estaria mantendo um relacionamento incestuoso.
Igor foi acusado de participar do crime ao atrair a vítima para um local isolado, onde o homicídio ocorreu. No entanto, como o processo foi desmembrado, ele foi julgado separadamente.
As filhas de Reginaldo, supostamente envolvidas no caso, não compareceram ao julgamento. Tanto Igor quanto seu pai negam ter tido qualquer interesse sexual nas irmãs e filhas.
Segundo a denúncia do Ministério Público, após se separar da companheira, Reginaldo ficou anos sem contato com as filhas, que resolveram visitá-lo. A mais nova, que supostamente era abusada pelo pai, estava com 17 anos à época dos fatos. No dia anterior ao crime, a jovem teria contado ao pai que havia passado a noite com a vítima.
Adenildo ficou desaparecido por dois dias. Seu corpo foi encontrado no loteamento Floresta do Paraíso, na Praia do Paraíso, distrito de Mosqueiro, em Belém. O laudo pericial apontou que a vítima foi morta com golpes de arma branca na região do pescoço.