Crime teria sido motivado em razão da transexualidade da vitima após um encontro na casa do réu
O pintor da construção civil, Kelvin Werley Matos Soeiro, 27, foi julgado pela 3ª Vara, antiga 4ª Vara de Belém, presidida pelo juiz Cláudio Hernandes Silva Lima, e condenado por maioria de votos por tentativa de homicídio qualificado pelo feminicídio contra Kelly Soares Sampaio, 30.
A pena de 18 anos, fixada inicialmente ao réu foi diminuída em um ano pela confissão, restando 17 anos, que reduzidos em 1/3 totalizam 11 anos e 4 meses de reclusão. O juiz concedeu ao condenado o direito de apelar em liberdade, por ele ter respondido ao processo nessa condição.
O crime ocorreu em agosto de 2022, na casa do acusado localizado na travessa Tiradentes, 'bairro Paracuri, distrito de Icoaraci, em Belém, depois de se conhecerem em um bar e a vítima aceitar um convite do acusado. Quando Kelvin descobriu a transexualidade de Kelvin desferiu vários golpes de marreta na cabeça da mulher, deixando-a inconsciente no local. Em seguida, procurou a delegacia para relatar sua versão de ter agido em legítima defesa.
A decisão acolheu a acusação do promotor de justiça Gerson Daniel da Silveira, alegando que "a vítima foi agredida covardemente dentro da casa do acusado", explicando que: “o crime é qualificado pelo feminicídio em razão de tudo o que Kelly representa para ele (réu)”.
O defensor público Alex Mota Noronha sustentou que o réu golpeou a vítima, após combinarem um valor para o programa sexual no valor de 70 reais, e ao sair do banheiro “Kelvin enrolado numa toalha foi surpreendido pela mulher que lhe apontou uma faca e exigiu que ele entregasse todo o dinheiro que tinha”.
Para o defensor a motivação das lesões não foi pela condição da transexualidade da mulher, mas, por ela tentar lhe roubar e que o réu foi lesionado por Kelly, ao se defender, e por isso usou sua ferramenta de trabalho, um martelo, atingindo com vários golpes a cabeça da vítima.