Vítima foi morta pelo acusado porque teria encontrado mochila com produto do roubo
Jurados do 3º Tribunal do Júri de Belém presidido pela juíza Ângela Alice Alves Tuma, reconheceram por maioria dos votos que, Cássio dos Santos Almeida, 25 anos, atualmente custodiado do Sistema Penal do Estado, foi autor do crime de homicídio qualificado contra Rodrigo dos Santos Passos, 35 anos. A pena aplicada ao réu foi fixada em 14 anos de reclusão, em regime inicial fechado.
A decisão acolheu a acusação sustentada pelo promotor do júri Edson Augusto Cardoso de Souza de que o réu foi um dos autores do crime de homicídio qualificado perpetrado contra a vítima. A motivação ocorreu após Rodrigo Passos encontrar e devolver aos criminosos o valor de R$29.355, roubados durante assalto ocorrido, em dezembro de 2017. A vítima foi executada no dia seguinte, no mesmo local onde encontrou a mochila com o dinheiro.
Em defesa do réu atuou o defensor público Rafael Sarges foi favorável à absolvição do réu alegando inexistência de provas de autoria. O defensor Sarges disse não acreditar em nenhum dos depoentes e as declarações prestadas no júri no seu entender eram todas mentirosas, incluindo as da irmã da vítima. Para o defensor, diante da dúvida os jurados deveriam sempre absolver o acusado, mas, a tese não foi acatada.
O réu foi apresentado ao Fórum, porém permaneceu na área da carceragem do Fórum Criminal a pedido do próprio defensor público, por medida de segurança sanitária, por ter sido acometido por tuberculose. No final do júri, a avó, a companheira e o irmão do condenado, foram autorizados pela juíza presidente da sessão do júri a visitar o jovem, antes que ele retornasse ao cárcere.
Durante o julgamento, Suelen Passos, a irmã do vítima relatou as circunstâncias do crime após o assalto a uma casa lotérica, no município de Marituba. Na fuga os criminosos atiraram uma mochila com o dinheiro do assalto no meio de uma mata, num terreno baldio. Durante a perseguição a Polícia conseguiu prender um dos assaltantes, de prenome Jefferson.
Rodrigo dos Santos Passos morador da área, viu os assaltantes jogarem a mochila em um terreno próximo. Ele pegou a sacola com os valores e guardou em casa. Na ocasião, Rodrigo contou à sua irmã sobre o achado, e ela o aconselhou a entregar tudo à polícia. Antes disso, Rodrigo também contou ao vizinho Marcelo Ataíde que se dispôs a entregar aos criminosos, para evitar represálias.
De acordo com o processo, depois do assalto, um dos criminosos conhecido como Cássio dos santos Almeida, invadiu a casa dos irmãos Marcelo, Willian e Quézia Cristina Silva Ataíde, onde permaneceu por todo o dia, até ser resgatado pelos comparsas.
Avisados por Marcelo Ataíde de que o vizinho Rodrigo teria achado a mochila e que entregaria ao bando, os assaltantes alegaram que 100 mil do total roubado, tinham sumido. Eles sequestraram a vítima, voltaram ao terreno onde estava a mochila, achada por Rodrigo e o executaram com vários tiros.