Cerimônia conjunta será no próximo sábado em Santa Bárbara do Pará
O casamento comunitário que regulariza a situação civil de 168 casais da capital e de municípios do interior é a segunda ação massiva desenvolvida pelo projeto da Ouvidoria Agrária do Tribunal de Justiça do Pará, iniciativa que visa a fixar as famílias no campo e dar solução aos conflitos agrários.
O projeto foi lançado em 20 de novembro do ano passado, em cerimônia ecumênica em um sítio, em Santa Bárbara do Pará, pelo Ouvidor Agrário do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), desembargador Mairton Marques Carneiro, na presença da primeira-dama do Estado, Daniela Barbalho, representando o governador Helder Barbalho; do presidente da Assembleia Legislativa do Pará, deputado Francisco Melo, o Chicão; e da presidente do Tribunal de Justiça do Pará, desembargadora Célia Regina de Lima Pìnheiro.
Nesta quarta-feira, 11, os casais estiveram no prédio da Ouvidoria Agrária para efetivar a cerimônia civil, frente a um juiz de paz, e assinar a documentação respectiva. No próximo sábado, 14, o diretor do Fórum Cível da Capital, juiz Sílvio César dos Santos Maria, presidirá a cerimônia conjunta de celebração do casamento comunitário na Chácara Meu Pedacinho de Céu, no município de Santa Bárbara do Pará.
O ouvidor agrário, desembargador Mairton Marques Carneiro, explica que o casamento comunitário é um sub-item do projeto Revolução Agrária, que ele vem amadurecendo desde que assumiu a Ouvidoria Agrária.
“O casamento comunitário surge como uma solução para fixar a família no campo. Qualquer título de terra será para os dois, um não pode vender sem a aquiescência do outro. Isso fixa o casal na terra e evita os conflitos agrários”, avalia o desembargador.
"Também abrimos para as pessoas da área urbana, não só da capital como do interior, para que também tenham direito à moradia", disse ele, ao elencar entre os municípios de origem dos casais Vigia, Santa Isabel, Santa Bárbara do Pará, Ananindeua, Benevides, além dos distritos de Mosqueiro e Icoaraci, de Belém.
Edmilson Alves da Costa e Ruth Selma Pereira são de Benevides, estão há 32 anos juntos e têm duas filhas, uma de 27 e outra de 30 anos. Para Edmilson, o casamento civil celebrado nesta quarta-feira, 11, e a cerimônia marcada para o próximo sábado, 14, são um coroamento da união duradoura do casal . "Pedi a bênção de Deus para que seja, realmente, a separação só com a morte", disse ele. "Estamos muito felizes por esse momento, disse Ruth, sorrindo.
Daniele Cristina e Silas Matos moram no bairro da Condor, em Belém, e souberam do casamento comunitário pela televisão. Com a filha, Ana Cristal, de 4 anos, eles formalizaram a relação de quase 10 anos nesta quarta-feira, 11, na Ouvidoria Agrária.
"O sentimento é de felicidade, porque há anos nós já vínhamos planejando nosso casamento e quando tivemos a oportunidade nós agarramos. Silas é cadeirante e classificou a oportunidade do casamento como "uma porta muito maravilhosa que Deus abriu e nós agarramos a oportunidade."
Débora Caroline e Hudson Figueiredo estão há um ano e meio juntos e vieram de Icoaraci para participar dos atos civis relacionados ao casamento comunitário, na Ouvidoria Agrária. Foi ela quem agradeceu em nome do casal. "Agradecemos muito, foi algo extraordinário na nossa vida e aproveitamos a oportunidade pra ser feliz mais ainda".
Juiz de paz ligado ao cartório Guedes de Oliveira (de 2º registro civil), parceiro do projeto, Alfredo Augusto Rodrigues disse que o sentimento de celebrar cerimônias de casamento civil é sempre muito gratificante, porque está vinculado ao sonho da vida de vários casais em um projeto que regulariza situações de fato. "É muito importante estar presente e participar desse momento especial".
Descrição das Imagens:
#ParaTodosVerem #ParaCegoVer
Carrossel com duas imagens. Na primeira pode-se ver casal de jovens sorrindo, frente a frente, com outros casais ao fundo durante cerimônia de casamento comunitário. A segunda, mostra homem de bigode, usando toga e óculos, olhando para a direita com janela ao fundo à sua direita.