Alunos das Escolas Estaduais General Gurjão, Rui Barbosa e José Veríssimo participaram, nesta terça-feira, 20, de um cine-debate, com a exibição do documentário “Os filhos da Maria da Penha”. O encontro, que ocorreu no Fórum Criminal de Belém, faz parte da programação da XIV Semana Justiça Pela Paz em Casa, promovida em todo o país pelo Judiciário brasileiro. No Estado, o Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) realiza até sexta-feira, 23, força-tarefa para dar andamento aos processos de violência doméstica e familiar, além de ações preventivas voltada à conscientização dos direitos das mulheres.
“Todo o Judiciário brasileiro está buscando, nesta semana, dar celeridade ao julgamento dos processos que envolvem a violência doméstica e familiar contra a mulher. Porém, no âmbito do Judiciário paraense, também realizamos uma programação preventiva, com palestras, debates, seminários, todos focados no tema. Nós trouxemos hoje alunos de várias escolas para que participem conosco desse trabalho de orientação e educação a respeito dos direitos da mulher”, ressaltou a presidente do TJPA em exercício, desembargadora Célia Regina de Lima Pinheiro, que está à frente da Coordenadoria Estadual da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (Cevid) e participou da programação, ao lado da juíza Reijjane de Oliveira e da pedagoga Riane Freitas, também da Cevid.
O foco do debate desta terça-feira foi no sentido de orientar os jovens estudantes a respeito dos direitos da mulher, além de expor de forma didática os tipos de violência doméstica e familiar e como identificá-los.
Edrique Gonçalves Pereira, estudante do 8º ano da escola Rui Barbosa, disse que pôde aprender mais sobre a igualdade de gênero. “É legal porque um evento como esse orienta tanto alunos homens quanto mulheres. Desde pequenos temos visto homens batendo em mulheres, pais batendo em mães, e com essa orientação acabamos tendo um ponto de vista melhor do que é essa violência. É uma forma de entendermos que todo mundo é igual. Nem o homem é superior a mulher, nem o contrário”, explicou.
Já Larissa Alves, que também estuda no 8º ano da escola Rui Barbosa, contou que mesmo sendo jovem, já sofreu assédio. “Eu entendi que se alguém vier me agredir, por exemplo, eu tenho que denunciar. Mesmo que eu tenha medo. Ficar se lamentando e chorando não irá adiantar de nada nos casos de violência contra a mulher. Tenho 14 anos e já fui vítima de assédio na rua. Fui comprar um óculos e um homem deu em cima de mim e até disse que me pagaria pra eu ficar com ele. Eu fingi que era lésbica, namorada da minha prima, que estava comigo, para fugir dele. Essa história me deixou muito magoada. Se fosse hoje, eu teria ido atrás da polícia para denunciar”, indignou-se.
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