Documentário que concorreu ao Oscar discute o direito da mulher
O Comitê Deliberativo de Participação Feminina, do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), convida a todos para o Cine Debate sobre o preconceito de gênero no Judiciário, com a exibição do documentário “A Juíza”, indicado ao Oscar de 2019 como melhor documentário e melhor canção original, e que conta de forma detalhada a trajetória de Ruth Bader Ginsburg na busca pelos direitos das mulheres.
O Cine Debate ocorrerá no próximo dia 2 de agosto, no auditório do Fórum Criminal de Belém, às 9h, com mediação da juíza auxiliar da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Cevid), Reijjane Ferreira de Oliveira. A iniciativa integra a programação do Comitê Deliberativo de Participação Feminina para fomentar e discutir a participação das mulheres no Judiciário. Durante a abertura da programação da Semana da Justiça pela Paz, que ocorrerá no dia 19 agosto, também será realizado um seminário sobre o tema.
O filme
Dirigido por Betsy West e Julie Cohen, o documentário A Juíza conta a trajetória de Ruth Bader Ginsburg, que trabalhou pelo fim da desigualdade de gênero desde o início de sua carreira. Como advogada, enfrentou a Suprema Corte de seu país, mostrando como há uma injustiça histórica e discriminatória contra mulheres, impedidas de ocupar certos cargos, fazer certos trabalhos e de receber salários iguais aos de homens que fazem exatamente o mesmo tipo de serviço. Seguindo os ensinamentos de sua mãe, ela não retrucava as provocações com raiva. Ao contrário, ela ensinava aos homens que estavam no poder que havia, sim, muita injustiça no mundo. E ainda há, por isso continua seu trabalho até hoje, com 86 anos.
Para Betsy West, que esteve no Brasil para o lançamento do filme em abril deste ano, é “muito gratificante fazer histórias sobre o que as pessoas não sabem”. Ela foi uma das nove mulheres a entrar em 1956 para a Faculdade de Direito de Harvard, onde havia 500 homens. “Ela tinha um marido que a apoiou nos anos 60 e 70, um tempo em que homens não costumavam ficar felizes por verem suas mulheres crescerem e se tornarem bem sucedidas. Ele era um advogado bem-sucedido, mas reconhecia que o que ela estava fazendo pelos direitos das mulheres era ainda mais importante”, conta a diretora do filme. Segundo Betsy West, o filme trata da história de uma mulher enfrentando obstáculos e não sendo desencorajada, mas descobrindo de uma forma estratégica como lutar contra as formas de restrições que ela encontrava, é importante para todas as mulheres. “Ela não só ficou brava sobre o que acontecia com ela quando era discriminada, mas canalizou sua raiva para uma ação efetiva e de longo prazo para mudar a lei nos Estados Unidos”.