O Comitê de Ação Social e Cidadania do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) e a Escola Salesiana do Trabalho estudam formas de inserir apenados em cursos livres de qualificação profissional em mecânica. A parceria entre as duas instituições, analisada na manhã desta segunda-feira, 19, tem o objetivo de oferecer capacitação técnica e reinserção no mercado de trabalho.
O coordenador do Comitê, desembargador Leonardo de Noronha Tavares, vice-presidente do TJPA, afirmou que os cursos possibilitarão aos presos do regime semi-aberto o acesso à profissionalização e, consequentemente, melhores oportunidades. O juiz Gabriel Pinós Sturtz, da Vara de Execuções Penais, disse que vai analisar os apenados que se encontram nos critérios estabelecidos e os repassará ao Comitê e à Escola. O presidente da Associação de Magistrados do Pará (Amepa), Silvio Cesar do Santos, também participou do encontro.
A princípio, serão ofertados cursos livres gratuitos de mecânica de moto, mecânica de diesel, mecânica automotiva e mecânica de refrigeração aos apenados. A parceria decorre da experiência de alguns apenados nesses cursos, ano passado. Eles manifestaram interesse em participar de outros cursos ou de concluir os estudos pelo ensino regular.
Um dos acessos ao ensino regular foi por meio do projeto Mundiar. Desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) em parceria com a Fundação Roberto Marinho, o projeto tem objetivo de acelerar a aprendizagem e corrigir o fluxo escolar dos estudantes com distorção de idade e ano, possibilitando que terminem o ensino fundamental em 24 meses, e o médio, em 18 meses.
O padre diretor da Escola Salesiano do Trabalho, Francisco Sadeck, disse que esta é uma oportunidade de profissão aos apenados, além do reingresso no mercado de trabalho. Ele comparou o gesto à vida de Dom Bosco. “Estamos voltando às origens de Dom Bosco, no sentido de acolher que sofre com a violência. Acolher como pai e amigo, da mesma forma que fez Dom Bosco”, completou.
A Escola Salesiana do Trabalho também atende sete crianças, no 6º ano do ensino regular, que antes estudavam na Escola Santana do Aurá, às proximidades do lixão, no qual o Comitê do TJPA desenvolve atividades e ações sociais, de assistência e cidadania para as crianças.