Formandos atuarão em cinco diferentes Comarcas do Estado
Um passo a mais no reforço para a implantação da cultura de paz no Judiciário paraense foi dado nesta terça-feira, 10, com a diplomação de 83 formandos em mediação e conciliação judicial. A cerimônia ocorreu no Fórum Cível de Belém. Os novos mediadores e conciliadores estão habilitados a aplicar técnicas de negociação de conflitos e autocomposição no âmbito dos Centros Judiciários de Solução Conflitos e Cidadania (Cejuscs), do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA).
Além dos 65 formandos presentes na cerimônia, outros 18 que atuam no interior do Estado – e que não puderam comparecer à solenidade - também receberão certificados. “Essa formação tem uma importância enorme, pois são os mediadores e conciliadores que atuam para resolver conflitos. As partes vêm às audiências envolvidas de vários sentimentos como raiva, desprezo, indignação. Às vezes, estão tão envoltas nesses sentimentos que nem sabem o que querem. O papel dos mediadores e conciliadores é preparar essas pessoas para que o conflito seja resolvido”, explicou a coordenadora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec), desembargadora Dahil Paraense de Souza.
Os formandos atuarão nas Comarcas de Belém, Ananindeua, Paragominas, Parauapebas e Santarém. O curso de mediador possui 40 horas de aulas teóricas e 100 horas de aulas práticas. Já no curso para conciliador, tem 24 horas de aulas teóricas e 100 horas de aulas práticas. Os alunos que receberam o certificado passaram por aulas teóricas em 2017 e 2018, e tiveram um ano para concluir o estágio supervisionado.
Durante a cerimônia, a formanda Ariane Amoras de Araújo agradeceu em nome da turma. “Nosso desafio é passarmos às partes que precisamos exercitar uma regra de ouro, que é tratarmos os outros como gostaríamos de ser tratados. Então, podemos falar da palavra ‘decisão’. Nós, agora mediadores do Judiciário certificados, tivemos a atitude e decidimos acreditar que pensamentos podem mudar os sentimentos e sentimentos mudam as ações. Alcançar essa mudança de paradigma é uma tarefa que requer tempo, dedicação e estudo”, destacou.
“Quem conhece o caminho que leva à certificação da mediação e da conciliação sabe como é desafiador. Estar aqui, portanto, é uma grande vitória. Estão todos de parabéns”, elogiou a coordenadora do 5º Cejusc de Belém, juíza Betânia Pessoa Batista. Para o coordenador do Cejusc Esmac de Ananindeua, juiz Carlos de Melo Queiroz, ressaltou que “vocês estão aqui hoje porque são paradoxalmente soldados da paz. Soldados pela disciplina, pela entrega. Não soldados que pegam em armas”.
Outros 15 mediadores e conciliadores que já atuam no Judiciário também receberam certificado de menção honrosa por atividades jurídicas prestadas ao Tribunal. A servidora do TJPA, Raíssa Monteiro, foi uma das mediadoras a receberem o certificado. “Esse reconhecimento é muito importante para a sociedade, pois o nosso trabalho é junto deles. Atuamos com o intuito de resolver o conflito sem precisar entrar com um processo novo ou resolver processos que já estão tramitando há algum tempo através da conciliação”, observou.
Ao final da cerimônia, a desembargadora Dahil Paraense e os instrutores do curso e servidores do Tribunal Nazaré Mendonça, Karine Soares Braga e Lucyan Chaves foram homenageados com flores pelos formandos. Também participaram da cerimônia a diretora do Fórum Cível, juíza Margui Bittencourt; a coordenadora do Cejusc Varas de Família, juíza Eliane Figueiredo; e o secretário geral da Escola Judicial do Poder Judiciário do Pará (EJPA), Antônio Oscar Moreira.