O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) formou nesta sexta-feira, 4, 17 servidores que participaram do Curso de Facilitadores de Círculos de Construção de Paz. A cerimônia de entrega dos certificados ocorreu no prédio-sede do Judiciário paraense, com a presença de diversas autoridades, entre elas o presidente do TJPA, desembargador Leonardo de Noronha Tavares. O círculo de paz é a ferramenta utilizada na Justiça Restaurativa para estimular diálogos e esclarecimentos entre as partes em processos que correm no Judiciário.
Durante o curso, de 100 horas de aulas teóricas e práticas oferecidas pela Escola Judicial do Poder Judiciário do Estado do Pará (EJPA), foram realizados 96 círculos de paz. Nesses círculos, com 904 pessoas atendidas, entre alunos de escolas públicas, partes em processos e demais membros da sociedade. O principal objetivo da Justiça Restaurativa é incentivar a pacificação social e o diálogo em espaços comuns da sociedade.
Na cerimônia de formatura, a coordenadora do Nupemec, desembargadora Dahil Paraense, agradeceu a boa vontade dos servidores que se formaram. Segundo ela, é muito importante aumentar a abrangência da Justiça Restaurativa no Tribunal como reforço para a política de cultura de paz. “Eu gosto muito dessa ferramenta porque a vejo como uma metodologia completa, que trabalha profundamente os sentimentos do jurisdicionado”, afirmou.
A coordenadora de Justiça Restaurativa do TJPA, juíza Daniele Buhrnheim, ressaltou o esforço dos alunos e da mentora do curso, a psicóloga France Cruz, além da pedagoga Riane Freitas, que auxiliou na formação da turma. “A caminhada foi longa. O curso é extenso, de 100 horas, com uma carga horária de prática muito intensa. Acredito que essa tenha sido a grande diferença dessa formação. Os 17 servidores que se formam são de diversas Comarcas como Abaetetuba, Anajás, Castanhal, Cametá. Na capital, são servidores que atuam na violência doméstica, execução penal e na Corregedoria da Região Metropolitana. Por aí é possível ver o alcance que foi dado a esse curso”, explicou.
Os novos facilitadores auxiliarão, de acordo com a corregedora da Região Metropolitana de Belém (RMB), desembargadora Maria de Nazaré Saavedra, no projeto de Correição Integrada, implantado no primeiro semestre deste ano. “Agora temos mais 17 servidores facilitadores de círculos de paz para atuarem através da Justiça Restaurativa nas nossas correições”, destacou. O projeto de Correição Integrada visa mobilizar magistrados e servidores para um trabalho em harmonia com todos os setores do Judiciário, com foco em bons resultados, principalmente na prestação jurisdicional.
Na ocasião, as servidoras Silvia Helena Torres e Karla Dalmaso falaram em nome de todos os formandos. “Posso dizer que essa experiência é riquíssima para quem participa. Me sinto consciente da interconexão que eu tenho com vários grupos aos quais pertenço na sociedade. Estou concluindo o meu segundo curso de Justiça Restaurativa. O primeiro foi um curso sem práticas, como exigência para a certificação. Ao encerrá-lo, ainda me sentia insegura para atuar como facilitadora. Afirmo que hoje me sinto segura para facilitar círculos de diálogos e construção de paz”, contou Silvia Torres.
Já Karla Dalmaso explicou que, através dos círculos, é possível ter uma nova compreensão dos problemas e possibilidades inéditas de solução. “Essas lições não foram só aprendidas por nós nesse processo de formação. Elas foram vivenciadas, experimentadas. Ouso dizer que de alguma forma o curso nos possibilitou o tratamento de algumas dores e angústias, razão pela qual percebo que nos tornamos pessoas melhores e, consequentemente, profissionais melhores”.
Também participaram da cerimônia de formatura a vice-presidente do TJPA, desembargadora Célia Regina de Lima Pinheiro; a desembargadora Rosi Maria Gomes de Farias, entre outros magistrados e servidores do Judiciário paraense.