Baleado em 2001, Jhonny Yguison fica o tempo todo deitado. Ele ainda espera que o Estado conceda assistência médica . (Foto: Janduari Simões/Arquivo)
Paraplégico e com apenas um rim, Jhonny Yguison Miranda, 27 anos, permanece preso a uma cama, sem poder sair de casa. Ele ficou nessa situação após ser baleado, em 2001. O policial militar Darlan Carlos Silva foi condenado pelo crime. Naquele mesmo ano, a Justiça determinou ao Estado que garantisse assistência médico-hospitalar à vítima. Porém, Jhonny afirma nunca ter recebido o tratamento de forma efetiva. Agora, corre o risco de ficar sem o único rim.
Em 2008, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) firmou um acordo com a vítima, para cumprir a decisão judicial. No entanto, segundo o advogado de Jhonny, Walmir Brelaz, boa parte da decisão está sendo ignorada.
O advogado disse que o Estado cumpriu a parte que previa o pagamento de indenização, no valor de R$ 200 mil, além da pensão mensal de R$ 1.455. Mas a falta da assistência médica agravou o quadro de saúde da vítima, que não consegue mais sentar. Por causa da falta de fisioterapia, as suas pernas ficaram atrofiadas e enrijecidas.
Ele também sente dores, náuseas, dificuldade para se alimentar, além de estar com infecção urinária. Ontem pela manhã, Walmir Brelaz ingressou com uma ação na 3º Vara de Fazenda da Capital pedindo o cumprimento da decisão, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. “Cabe, inclusive, prisão em flagrante, considerando a continuidade do ato criminoso”, informou.
DIFICULDADE
O jovem também não conseguiu fazer a troca de um cateter duplo J, utilizado para a drenagem da urina do rim até a bexiga, que está vencido desde junho de 2015. Jhonny conta que o cateter foi inserido para melhorar a sua função renal já que, em novembro de 2014, ele foi internado no Hospital Ophir Loyola depois que o rim parou de funcionar.
Jhonny passou a fazer hemodiálise 3 vezes por semana e o cateter precisava ser trocado de 3 em 3 meses. Contudo, o aparelho está vencido desde junho de 2015. “A fisioterapia só fiz por 3 anos. Depois não tinha mais condições de me deslocar. Solicitei que fosse feito em casa e nada”, desabafa Jhonny. Procurada, a Sespa respondeu que se manifestará hoje sobre o assunto.
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